segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rússia adia voo tripulado da Soyuz e não descarta evacuar ISS

A Rússia adiou nesta segunda-feira o lançamento do próximo voo tripulado rumo à ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês), previsto para 22 de setembro, e não descarta uma evacuação total da ISS.
O diretor Alexei Krasnov, da agência espacial russa, a Roscosmos, informou às agências de notícias do país que, após o fracasso do voo do cargueiro Progress, o próximo lançamento será no fim de outubro ou no começo de novembro, "e não antes".
O voo tripulado estava previsto para levar à ISS os russos Anton Chkaplerov e Anatoli Ivanichin, além do americano Dan Burbank.
Os três deviam substituir os cosmonautas Andrei Borisenko e Alexandre Samokutiaiev, bem como o astronauta americano Ronald Garan, que terão de adiar o retorno à Terra --previsto inicialmente para 8 de setembro-- em cerca de oito dias, segundo uma estimativa inicial.
PERDIDA
A nave de carga Progress M12-M, que levava várias toneladas de equipamentos e alimentos para a ISS, caiu 325 segundos após deixar o cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
O foguete Soyuz-FG, que deve levar os cosmonautas ao espaço, possui o mesmo motor do foguete Soyuz-U --o mesmo que não conseguiu colocar em órbita o cargueiro Progress acidentado.
Um encarregado do setor espacial russo informou que novos lançamentos de foguetes Soyuz estão suspensos até que as causas do acidente sejam estabelecidas.
ISS VAZIA?
Depois de os Estados Unidos terem encerrado seu programa de ônibus espaciais, a Rússia é o único país encarregado dos voos tripulados rumo à ISS.
"Se, por alguma razão, fracassarmos em enviar o novo equipamento até o fim de novembro, devemos estudar todas as opções possíveis, incluindo a de deixar a estação sem tripulantes", disse Krasnov. A decisão seria inédita para a ISS desde o ano 2000.
"Sempre há uma forma de pilotagem. A estação pode funcionar sozinha, pois é automatizada, mas a ausência de tripulação a bordo não é uma variável desejável", declarou à rádio Echo de Moscou o especialista espacial russo Yuri Karach.
ATERRISSAGEM
Tanto a Roscosmos e quanto a Nasa (agência espacial dos EUA) estão preocupadas com os riscos envolvidos na aterrissagem durante o inverno das estepes cazaques, em que predomina a noite.
As duas agências espaciais garantem que a segurança da população está assegurada e que não faltarão nem provisões e nem oxigênio caso a missão se prolongue.
Para a Rússia, a perda do cargueiro Progress foi um grave revés, na medida em que os incidentes têm aumentado nos últimos meses.
O Progress M12-M acidentado é o quarto fracasso em lançamentos de satélites ou cápsulas espaciais da Rússia desde dezembro passado.
Trata-se também do primeiro problema ocorrido com um Progress desde que a nave começou a ser empregada, em 1978, ainda na época da União Soviética, informou o especialista russo Igor Lissov.
A falha recente acontece no momento em que a Rússia ocupa um lugar de primeira importância na conquista do espaço. Depois do lançamento do último ônibus espacial americano, a Nasa depende cada vez mais das naves russas para transportar astronautas para a ISS até que uma nova nave americana esteja pronta para realizar missões, talvez em 2015.
Decisão russa de deixar a ISS sem tripulantes seria inédita; lançamento do voo tripulado para estação já foi adiado
Decisão russa de deixar a ISS sem tripulantes seria inédita; lançamento do voo tripulado para estação já foi adiado

Laboratório projeta uso de energia nuclear para Lua e Marte

As primeiras usinas de energia nuclear para os futuros assentamentos na Lua e em Marte já estão a caminho, anunciou o responsável pelo projeto no último domingo (28), durante o encontro anual da Sociedade Americana de Química, em Denver (EUA).
James Werners, diretor do Laboratório Nacional de Idaho, do DOE (Departamento de Energia, na sigla em inglês), e equipe devem finalizar uma demonstração da tecnologia no início do ano que vem.
A construção das usinas serviria para produzir a eletricidade necessária para as bases permanentes --habitadas ou não-- na Lua, em Marte e em outros planetas.
Trata-se de um projeto conjunto entre o DOE e a Nasa (agência espacial americana), que estabeleceu como metas chegar a um asteroide em 2025 e a Marte em 2030.
Segundo explicou Werner, as novas tecnologias de fissão para a aplicação de energia a esse tipo de superfícies são muito diferentes das estações de energia nuclear na Terra, que necessitam de espaços amplos por suas dimensões e suas grandes estruturas, como as torres de refrigeração.
O cientista explicou que o sistema, que não necessitaria de torres de refrigeração, poderia ter aproximadamente 30,5 centímetros de largura por 61 de altura. "Aproximadamente o tamanho de uma mala de mão", comentou.
"Um sistema de energia de fissão é uma unidade compacta, confiável e segura, que pode ser fundamental para a criação de bases em outros planetas", disse Werner.
APOSTA
Até agora, as missões espaciais tiveram as células fotovoltaicas e o combustível como pilares para a geração de eletricidade. Apesar da energia solar funcionar bem em órbitas terrestres, os especialistas garantem que a energia nuclear oferece algumas características únicas.
Uma das maiores diferenças entre os dois tipos de reatores solar e nuclear é que o segundo pode gerar energia em qualquer ambiente, salientou Werner. Além disso, é capaz de produzir quantidades constantes de energia durante a noite.
Como exemplo, o cientista citou que um sistema de energia de fissão na Lua poderia gerar 40 quilowatts ou mais de energia elétrica --aproximadamente a mesma quantidade necessária para alimentar oito casas na Terra.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cientistas indecisos se supernova será observável da Terra

Quem se encontra no hemisfério norte do planeta terá talvez uma chance raríssima de observar uma supernova, que é gerada a partir da explosão de uma estrela.
Os cientistas, porém, dividem-se sobre se ela será visível ou não da Terra por telescópios comuns. Alguns dizem que sim e outros afirmam que não.
Mark Sullivan, que liderou o grupo da Universidade de Oxford responsável pela descoberta da supernova, disse à revista "Nature" que o brilho vai se intensificar nos próximos dez anos, em torno do início de setembro.
Conhecida como PTF11kly, a supernova estará tão perto da Terra que possibilitará estudos adicionais, incluindo aqui a energia negra, que teria acelerado a expansão do Universo.
A explosão da estrela que originou a supernova teria ocorrido entre 20 milhões a 25 milhões de anos-luz da Terra, na galáxia do Catavento, ou M101, que fica na constelação da Ursa Maior.
A última vez que uma supernova dessa classe ocorreu foi em 1972.

Astrônomos flagram superburaco negro devorando estrela

Um grupo de astrônomos conseguiu flagrar pela primeira vez um buraco negro engolindo uma estrela.
Usando imagens do telescópio espacial Swift, que "enxerga" raios gama e raios X, cientistas puderam ver as coisas estranhas resultantes dessa refeição estelar, como um jato de partículas emitido quase na velocidade da luz.
Astro escuro tem 1 milhão de vezes a massa do nosso Sol e está localizado no coração de galáxia distante
Astro escuro tem 1 milhão de vezes a massa do nosso Sol e está localizado no coração de galáxia distante


A energia liberada pela estrela em agonia foi detectada pela primeira vez pelo Swift em 28 de março deste ano.
Cientistas que trabalham com dados do observatório foram todos alertados por um sistema que envia a eles um recado no telefone celular caso alguma coisa no céu passe a emitir muitos raios gama.
David Burrows, astrônomo da Universidade Estadual da Pensilvânia que liderou os trabalhos, disse que não se impressionou muito quando viu os primeiros dados, vindos de uma região próxima à constelação do Dragão.
"Conversei com alguns outros colegas por telefone, e estávamos achando que era um tipo mais comum de explosão de raios gama", disse o cientista à Folha.
"Um minuto depois de desligar o telefone, porém, recebemos outro alerta, indicando que uma outra explosão de raios gama teria ocorrido no mesmo lugar do céu."
Burrows explica que, normalmente, as explosões de raios gamas não se repetem no mesmo lugar. O Swift, porém, não parava de enxergar esses feixes de energia.
Enquanto a equipe do Swift debatia o problema, um grupo de astrônomos conseguiu apontar um telescópio que enxerga luz comum para a fonte de raios gama.
DE OUTRA GALÁXIA
Ashley Zauderer, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, mediu a distância da fonte brilhante no céu, algo que não é possível fazer com raios gama. Mas a fonte das emissões não estava na nossa galáxia.
Era o núcleo de outra galáxia a 4,5 milhões de anos-luz de distância, algo estranho para uma fonte de energia que emitia mais raios gama do que todo o resto do céu.
"Um brilho tão forte vindo de tão longe só poderia estar sendo gerado por algo relacionado aos buracos negros que ficam no centro de galáxias", afirma Burrows.
Na edição de ontem da revista científica "Nature", os grupos de Burrows e Zauderer publicaram estudos separados sobre a descoberta.
Os cientistas usam teorias de astrofísica para pintar um cenário visual impressionante para o evento. O buraco negro que engoliu o astro fica no centro de sua galáxia e tem uma massa
estimada em 1 milhão de vezes a do Sol.

"A face da estrela que está virada para o buraco negro sofre uma atração muito maior do que aquela que está do lado oposto, e então a estrela é esticada", afirma Burrows. O resultado é um
disco orbitando o astro negro.

A temperatura do material aumenta, levando à emissão de raios X. É dessa maneira que o evento se torna visível aqui da Terra. Nisso, campos magnéticos se formam em um eixo perpendicular ao disco.
Como um ímã, o complexo em torno do buraco negro cospe partículas eletricamente carregadas e raios gama.


Astrônomos descobrem planeta feito de diamante

Astrônomos localizaram um exótico planeta que parece ser quase todo feito de diamante, girando em torno de uma pequena estrela, um pulsar, nos confins da nossa galáxia --mais exatamente na constelação da Serpente.
O novo planeta é bem mais denso do que qualquer outro já visto, e consiste praticamente só de carbono.
Por ser tão denso, os cientistas calculam que o carbono deve ser cristalino, ou seja, uma grande parte dele é mesmo de diamante.
"A história evolutiva e a incrível densidade desse planeta sugerem que ele é composto de carbono, ou seja, um enorme diamante orbitando uma estrela de nêutrons [um pulsar] a cada duas horas, numa órbita tão compacta que caberia dentro do nosso Sol", disse Matthew Bailes, da Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne.
A 4.000 anos-luz da Terra, ou cerca de um oitavo da distância entre a Terra e o centro da Via Láctea, o planeta é provavelmente remanescente de uma estrela que já foi gigantesca, mas que perdeu suas camadas externas para a estrela que orbita.
20 VEZES MAIS DENSO QUE JÚPITER
Os pulsares são estrelas de nêutrons, pequenas e mortas, com apenas cerca de 20 quilômetros de diâmetro, girando centenas de vezes por segundo e emitindo feixes de radiação.
No caso do pulsar J1719-1438, seus feixes varrem a Terra regularmente e já foram monitorados por telescópios da Austrália, do Reino Unido e do Havaí, o que permite aos astrônomos detectar modulações devido à atração gravitacional do seu companheiro planetário feito de diamante, que não é visto diretamente.
As medições sugerem que o planeta, com um "ano" de 130 minutos, tem uma massa ligeiramente superior à de Júpiter, mas é 20 vezes mais denso, segundo relato de Bailes e seus colegas na edição de quinta-feira da revista "Science".
Além do carbono, o novo planeta também deve conter oxigênio, que pode ser mais abundante na superfície, tornando-se mais raro na direção do centro, onde há mais carbono.
Sua grande densidade sugere que os elementos mais leves -- hidrogênio e hélio -- que compõem a maior parte de gigantes gasosos, como Júpiter, não estão presentes.
O aspecto desse bizarro mundo de diamante, no entanto, é um mistério. "Em termos do seu aspecto, não sei nem se eu posso especular", disse Ben Stappers, da Universidade de Manchester. "Não imagino que uma imagem de um objeto muito brilhante seja o que estamos vendo aqui."

Constelação da Serpente (foto) abriga, ao que tudo indica, um planeta de diamante que orbita um pulsar
Constelação da Serpente (foto) abriga, ao que tudo indica, um planeta de diamante que orbita um pulsar

'Science' traz análise inédita de pó de superfície de asteroide

Os pesquisadores analisaram, pela primeira vez, o pó da superfície de um asteroide que possibilitou compará-lo com o material recolhido na Lua e os meteoritos caídos na Terra.
A revista "Science" publica nesta semana um especial com dados preliminares de seis trabalhos que estão em andamento sobre a análise do material recolhido pela sonda japonesa Hayabusa.
A nave não tripulada, cujo nome em japonês significa "falcão peregrino", foi lançada em 2003 rumo ao asteroide Itokawa, descoberto por cientistas do iInstituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) em 1998. Este corpo celeste recebeu este nome em homenagem a Hideo Itokawa, o pioneiro da pesquisa espacial japonesa.
Em 2005, a sonda aterrissou na superfície de Itokawa, classificado como asteroide de tipo S por sua composição siliciosa, para tirar mostras.
Hayabusa retornou à Terra em 2010 e, desde então, equipes de pesquisadores do mundo todo passaram a analisar seu conteúdo, cujos primeiros resultados estão sendo divulgados desde a relação com os meteoritos caídos na Terra e os diferentes elementos até os que estiveram no espaço.
Os asteroides são considerados os "restos" que ficaram após a formação do Sistema Solar, por isso os cientistas destacam que seu estudo é fundamental para entender nossas origens, já que abrigam o material mais antigo viável para extrair dados.
ANÁLISE
O professor Misuru Ebihara, da Universidade Metropolitana de Tóquio, e pesquisadores da Austrália e dos Estados Unidos decompuseram pequenos grãos para analisar a composição mineral.
Os primeiros resultados de Ebihara indicaram que essas partículas conservaram um "recorde" de elementos primitivos da era adiantada do Sistema Solar, que agora serão comparados com dezenas de milhares de meteoritos que caíram na Terra.
Segundo os estudiosos, a superfície do asteroide foi desgastada pelo impacto com outros corpos celestes, enquanto a Lua esteve mais exposta aos ventos solares e à erosão do próprio espaço.
Quanto ao tempo que ficou exposto no espaço, o professor Keisuke Nagao, da Universidade de Ibaraki, e sua equipe estimam que ele exista há quase 8 milhões de anos.
Além disso, estabeleceram um vínculo direto entre os isótopos de oxigênio encontrados nos condritos (a grosso modo, meteorito rochoso puro) descobertos na Terra, a maioria, procedentes do tipo S, como este.
Um asteroide pode ser o próximo destino do homem no espaço. A Nasa (agência espacial americana) anunciou seu interesse em voltar a retomar a prospecção espacial além da órbita terrestre baixa, que também incluiria uma viagem a Marte para o ano 2030.

Nasa detalha como buraco negro devora uma estrela

Em 28 de março de 2011, o satélite Swift da Nasa detectou intensa emissão de raios-X causado por um buraco negro que devorou uma estrela.
Em um modelo, ilustrado aqui, uma estrela do tipo do Sol está em órbita excêntrica e passa muito perto do buraco negro no centro da galáxia.
Cerca de metade da massa da estrela alimenta o disco ao redor do buraco, o resto é lançado em feixes de radiação para a Terra.

Sonda da Nasa descobre as estrelas mais frias do Universo

A sonda espacial Wise descobriu as estrelas mais frias já encontradas no Universo, com uma temperatura similar à do corpo humano, informou a Nasa (agência espacial americana) em comunicado na terça-feira (23).
Após uma década de tentativas, a agência detectou seis delas, que se encontram a uma distância relativamente próxima ao Sol, a cerca de 40 anos-luz.
As estrelas são 5.000 vezes mais brilhantes --e mais fáceis de observar que na Terra-- quando são vistas através das ondas infravermelhas da Wise, explicou o diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa em Washington, Jon Morse.
Os astrônomos estudam as anãs marrons para compreender melhor como se formam os astros e estudar as atmosferas de planetas fora do nosso Sistema Solar.
As atmosferas das anãs marrons são similares às dos planetas gigantes gasosos como Júpiter, mas são mais fáceis de observar, uma vez que estão sozinhas no espaço, longe da forte luz de uma estrela mãe.
Até agora, os dados revelados pela Wise descobriram mais de uma centena de anãs marrons.

Ilustração artística de estrelas anãs marrom de diferentes temperaturas; a recém-descoberta é a primeira à direita
Ilustração artística de estrelas anãs marrom de diferentes temperaturas; a recém-descoberta é a primeira à direita

Cargueiro russo que iria para a ISS se espatifa no chão

Um cargueiro russo lançado na quarta-feira em direção da ISS (Estação Espacial Internacional) se espatifou no chão, sem chegar a entrar em órbita. Mais do que desperdiçar cerca de três toneladas de suprimentos, o fracasso coloca em risco o futuro imediato do complexo orbital.
Desde a aposentadoria dos ônibus espaciais americanos, no mês passado, a única forma de acesso tripulado à ISS são as espaçonaves russas Soyuz. O cargueiro Progress perdido é basicamente o mesmo veículo, só que sem espaço para cosmonautas.
O fracasso ocorreu por uma falha no terceiro estágio do foguete que levaria a nave à órbita. É quase o mesmo foguete que impulsiona as Soyuz (a próxima deve ser lançada no mês que vem).
Com a falha, os russos terão de investigar o problema antes de realizar outro lançamento. Em entrevista coletiva, o gerente do programa da ISS na Nasa, Mike Suffredini, disse que o problema impactará futuros voos.
"O Soyuz-FG [foguete com tripulação] e o Soyuz-U [cargueiro] têm designs similares para o terceiro estágio, então deve haver um impacto no lançamento tripulado de 22 de setembro", disse.
TAMANHO DO PREJUÍZO
O tamanho do impacto só será conhecido com a investigação. Segundo Suffredini, há a possibilidade de estender a permanência da atual tripulação em até 50 dias.
Mas, se a próxima Soyuz demorar mais que isso para subir, metade da atual tripulação terá de descer. Uma evacuação completa, deixando o complexo sem ninguém, o que não acontece desde 2000, é improvável.
Atualmente, há seis pessoas na ISS: três russos, dois americanos e um japonês.
Sabe-se que o início do voo foi normal, com uma bela decolagem no cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão.
Mas, cinco minutos depois da partida, uma anomalia levou ao desligamento dos motores. Sem velocidade para entrar em órbita, o veículo se espatifou em solo russo, numa região desabitada.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Foto mostra Marte em suas primeiras horas da 'manhã'

Uma foto divulgada nesta quarta-feira pela Nasa (agência espacial americana) mostra claramente a linha fronteiriça de um terreno de Marte iluminado e outro não, nas primeiras horas da "manhã".
A imagem foi gerada por computador, tendo como base informações do planeta coletados pela agência.
A área é a mesma onde fica a cratera Gale, com 154 km de diâmetro, que possui um monte em seu interior (veja no centro da imagem), com altura de 5 km.
A Nasa escolheu a Gale como local de pouso do jipe Curiosity, que é dotado de laser para pulverizar rochas.
O Curiosity deve chegar ao planeta vermelho na data provável de agosto de 2012.

Cratera Gale com monte no seu interior (no centro); imagem foi gerada por computador segundo dados do planeta
Cratera Gale com monte no seu interior (no centro); imagem foi gerada por computador segundo dados do planeta

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nasa começa a testar o primeiro humanoide do espaço

Controladores da Nasa (agência espacial americana) ligaram, a distância, os circuitos do primeiro humanoide enviado ao espaço --o Robonauta 2 ou R2--, que se encontra atualmente na ISS (sigla em inglês de Estação Espacial Internacional).
No primeiro teste, na segunda-feira (22), foram acionadas as quatro câmaras que servem de "olhos" e mais uma suplementar, localizada na boca do robô.
Enviado no final de 2010 com a tripulação do Discovery, na última missão do ônibus espacial, o R2 será colocado à prova como possível "ajudante de astronauta".
O experimento vai demandar um bocado de tempo. Agora que está ligado, o próximo teste do humanoide, em 1º de setembro, será de movimentos mecânicos dos braços, mãos e dedos.
Se tudo continuar como o esperado, o Robonauta poderá realizar tarefas simples como medir a velocidade do ar no interior da ISS no ano que vem.
A longo prazo, a Nasa quer que o robô seja capaz de sair da plataforma para socorrer astronautas em perigo, trazendo-os de volta com segurança à ISS.
Uma versão do humanoide com um par de pernas --o atual vai até a cintura-- deve ser lançada em 2013.
Robonauta 2 é o primeiro humanoide enviado ao espaço pela Nasa; próximo teste será de movimentos mecânicos
Robonauta 2 é o primeiro humanoide enviado ao espaço pela Nasa; próximo teste será de movimentos mecânicos

Após perda de satélite, Rússia suspende lançamento de foguetes

A agência espacial russa, Roscosmos, anunciou nesta terça-feira a suspensão do lançamento dos foguetes de carga Proton e dos blocos aceleradores Briz-M, após a frustrada operação que deveria colocar em órbita o satélite de telecomunicações Express-AM4.
A suspensão permanecerá em vigor até que sejam esclarecidas as causas do fracasso da operação do satélite Express-AM4, informou um comunicado publicado no site da Roscosmos.
"Os especialistas continuam tentando estabelecer comunicação com o aparelho", acrescentou a agência espacial russa, que ainda não considera o satélite perdido.
O Express-AM4 --fruto da colaboração entre a companhia europeia Astrium e o Centro Khrunichev de produção aeroespacial da Rússia-- foi lançado com sucesso no último dia 18, mas ficou situado fora da órbita prevista.
Com massa de 5.775 quilos e dotado de 57 "transponders" (dispositivos de telecomunicações), o satélite deveria assegurar a cobertura de telecomunicações do território russo e da Comunidade dos Estados Independentes, que agrupa 11 antigas repúblicas soviéticas.
O bloco acelerador é a última etapa de um foguete de carga --em geral, a quarta--, responsável por levar satélites da chamada órbita de apoio até sua localização prevista e por impulsionar aparelhos espaciais para fora do campo gravitacional da Terra.
Lançamento do foguete que carregava o satélite Express-AM4, nave não entrou em órbita como era previsto
Lançamento do foguete que carregava o satélite Express-AM4, nave não entrou em órbita como era previsto

China e Brasil devem lançar novo satélite em novembro de 2012

Após cinco anos de atrasos, representantes do Brasil e da China marcaram para novembro do ano que vem o lançamento do quarto satélite binacional. Mas o cumprimento do cronograma depende da aprovação, pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, do envio de cerca de 60 técnicos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) à China.
"Não podemos atrasar mais, senão vamos implodir o nosso relacionamento", disse Marco Antonio Raupp, presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), em entrevista na segunda-feira (22), durante coquetel na embaixada brasileira em Pequim.
Raupp explicou que serão necessárias três equipes de 20 técnicos, que se revezariam em turnos de alguns meses. Ele disse ter recebido uma sinalização positiva do ministro da Ciência, Aloizio Mercadante, embora a contratação ainda não esteja oficializada.
Ao seu lado, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, confirmou a possibilidade dessas contratações, mas disse que deixará o cargo em dezembro, como revelou a Folha na semana passada, por não conseguir ampliar seu quadro de funcionários.
"Estou frustrado porque o Inpe não recebeu os recursos necessários para a renovação do instituto", disse Câmara, que está há 30 anos no Inpe, dos quais os últimos seis anos no cargo máximo.
Além do quarto satélite, o Cbers 3 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês), os dois países da subcomissão de cooperação espacial definiram ainda o lançamento do Cbers 4 para agosto de 2014.
Iniciado em 1988, o projeto Cbers é a parceria mais antiga entre Brasil e China. Já foram lançados o Cbers 1 (1999), o Cbers 2 (2003) e o Cbers 2B (2007). Todos geram imagens da superfície da Terra, usadas em áreas como agricultura e meio ambiente.
"Comparativamente, o Brasil é o parceiro mais íntimo da China em tecnologia espacial", afirmou Li Lijie, responsável pela cooperação internacional do Centro de Lançamento e Rastreio de Satélites da China (CLTC, na sigla em inglês).
Entre os novos projetos, afirma Li, o Brasil monitorará, via base de Alcântara, a nave espacial não tripulada Shenzhou 8 e o laboratório espacial Tiangong 1, que serão lançados nas próximas semanas.
O funcionário da CLTC diz que a China tem interesse ampliar a parceria com relação à base de Alcântara, mas não especificou em quais áreas.
Os dois países ainda discutem um novo plano de mais dez anos de colaboração especial, conforme acordado durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim, em abril. Um dos pontos seria a construção de mais dois satélites.
ASSIMETRIA
Câmara admite que o programa está atrasado por causa de problemas do lado brasileiro, responsável por 50% dos equipamentos do Cbers 3. As dificuldades incluíram dificuldades de orçamento, falta de qualificação da indústria brasileira e componentes embargados pelos EUA.
O diretor do Inpe afirma que a parte brasileira dos equipamentos agora está pronta e que a demora "é o custo da inovação. Aprende-se a fazer fazendo." Ele disse, porém, que "o Brasil precisa entrar no ritmo da China" caso queira cumprir o novo cronograma. "É um programa assimétrico na medida em que o programa chinês é muito maior do que o brasileiro", disse.
Integrante da equipe brasileira que negociou o primeiro acordo, Raupp disse que os dois programas espaciais são "incomparáveis": "Nos próximos cinco anos, os chineses lançarão 19 satélites. Nós devemos lançar 3 [incluindo os dois Cbers binacionais]".
Câmara diz que a distância crescente na área espacial reflete a escolha de cada país _ele lembra que a China não possui um sistema público de saúde. "Eles têm um programa de astronautas, o Brasil tem o SUS", comparou.

domingo, 21 de agosto de 2011

Missões da Nasa ajudam a conhecer melhor as tempestades solares

As observações das missões solares SOHO e STEREO da Nasa revelaram novos dados que ajudarão a conhecer melhor a evolução das tempestades solares, que podem prejudicar satélites e causar erros em sistemas de comunicações eletrônicos.
Cientistas da Universidade de Standford (Califórnia) projetaram um novo método para detectar as chamadas "ejeções de massa coronal" causadoras das auroras boreais, mas também das interrupções nas comunicações.
Os cientistas continuam pesquisando uma forma de detectá-las antes que estas ejeções se formem e, assim, evitar suas consequências, já que além das comunicações, são perigosas para os astronautas no espaço e podem provocar blecautes elétricos na Terra.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nasa divulga foto da Terra e da Lua juntas feita pela Voyager

Uma foto de arquivo da Nasa (agência espacial americana) mostra a Terra e seu satélite natural, a Lua, no mesmo enquadramento.
Como a Terra brilha mais do que a Lua, foi necessário um tratamento na imagem para que os dois corpos pudessem ficar bem visíveis.
Divulgada nesta quinta-feira, a foto foi tirada durante um voo da Voyager 1, em 1977 --o lançamento ocorreu dois anos antes.
A Terra e a Lua em foto tirada durante a missão da Voyager 1, em 1977
A Terra e a Lua em foto tirada durante a missão da Voyager 1, em 1977

Cientistas conseguem estudar explosão solar antes dela ocorrer

As observações das missões solares Soho e Stereo da Nasa (agência espacial americana) revelaram novos dados que ajudarão na compreensão da influência sobre a Terra e na evolução das tempestades solares, que podem prejudicar satélites e causar erros nas comunicações.
Cientistas da Universidade de Standford (Califórnia) projetaram um novo método para detectar as chamadas "ejeções de massa coronal" (CMEs, da sigla em inglês) causadoras das auroras boreais mas também das interrupções nas comunicações.
Segundo o estudo publicado na revista "Science", essas erupções solares emergem do interior do Sol como fortes campos magnéticos, explodem em direção à superfície e formam uma enorme bolha de plasma magnética, o que provoca uma onda que se expande rumo ao Sistema Solar.
Sua existência está documentada, mas os cientistas continuam pesquisando uma forma de detectá-las antes que se formem e, assim, evitar suas consequências, já que, além das comunicações, estas ejeções são perigosas para os astronautas no espaço e podem provocar blecautes elétricos na Terra, entre outras incidências.
Utilizando as observações com o Observatório Solar e Heliosférico Soho, uma missão conjunta da Nasa e da ESA (Agência Espacial Europeia, na sigla em inglês), o professor Stathis Ilonidis e sua equipe foram capazes de detectar sinais da formação de manchas solares emergentes antes que chegassem à superfície do Sol.
Os cientistas descobriram que os campos magnéticos que formam manchas solares são gerados pelo menos 65 mil quilômetros abaixo da superfície e calcularam a velocidade na qual emergem, por isso que conseguiram estabelecer uma relação para se adiantar.
O estudo publicado na revista "Science" indica que os campos magnéticos emergem de 0.3 a 0.6 quilômetros por segundo e provocam manchas solares um ou dois dias após ser inicialmente detectados.
Na quinta-feira (18), a Nasa apresentou novas imagens tiradas pelas naves gêmeas Stereo, que foram lançadas em 2006, para melhorar a capacidade de prever as tempestades solares.
Segundo a agência, a nitidez vai proporcionar melhor observação das explosões solares e realizar, como consequência, melhores prognósticos.
Erupções solares emergem do interior do Sol como fortes campos magnéticos e explodem em direção à superfície
Erupções solares emergem do interior do Sol como fortes campos magnéticos e explodem em direção à superfície

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Lua pode ser 200 milhões de anos mais jovem do que o estimado

A história oficial da Lua pode ter que passar por revisões. Um estudo recente sugere que o satélite natural da Terra é mais jovem ou se desenvolveu de forma muito diferente do que se especulou até agora.
A conclusão é questionada, porém, no meio científico. Caso de Erik Asphaug, da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, que publicou a teoria de que a Terra teve uma segunda Lua, que foi absorvida pela maior.
Outros pesquisadores apoiam o teor da nova pesquisa, publicada na revista "Nature", mas têm dúvidas quanto às conclusões finais sobre quantos anos a Lua tem.
Analisando uma série de rochas lunares recolhidas durante uma das missões Apollo --anortosito, consideradas as mais antigas da crosta--, o geoquímico Lars Borg e colegas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore dataram a Lua com 4,4 bilhões de anos de idade.
O estudo verificou evidências fornecidas pelos isótopos radioativos de chumbo e novas técnicas de medição das rochas.
Uma das hipótese sobre a formação da Lua diz que ela teria origem a partir de uma colisão entre a Terra e um objeto do tamanho de Marte, no início da história do Sistema Solar.
Mas, segundo a descoberta de Borg, o impacto pode ter ocorrido muito depois do que o estipulado ou, segundo uma outra possibilidade, um oceano de magma (grosso modo, rocha liquefeita) não teria coberto a superfície lunar nos primórdios como se pensava.
Borgs reconhece que o trabalho não é conclusivo, visto que as técnicas de datação que foram utilizadas no passado estão ultrapassadas.
Sonda japonesa em órbita ao redor da Lua; satélite natural da Terra teria idade de 4,4 bilhões de anos, segundo novo estudo
Sonda japonesa em órbita ao redor da Lua; satélite natural da Terra teria idade de 4,4 bilhões de anos, segundo novo estudo

Nasa fotografa pulsar que parece ter 'cauda'; veja imagem

Um pulsar localizado a cerca de 1.600 anos-luz da Terra parece aparentemente ter uma cauda na fotografia tirada pelo telescópio do observatório Chandra, que pertence à Nasa (agência espacial americana).
Conhecido oficialmente como PSR J0357+3205 --ou pela abreviação PSR J0357--, ele aparece na área superior, à direita, na foto.
Os dois objetos luminosos visíveis na extremidade esquerda da cauda, especulam os cientistas, parecem estar fora da nossa galáxia.
O pulsar, que é uma estrela de nêutron, foi descoberto em 2009 por outro telescópio, o Fermi.

O pulsar PSR J0357 está localizado a aproximadamente 1.600 anos-luz da Terra e foi descoberto em 2009
O pulsar PSR J0357 está localizado a aproximadamente 1.600 anos-luz da Terra e foi descoberto em 2009

terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Cidadãos-cientistas" acham estrela rara

Foi nos computadores de um alemão e de um casal americano que o sinal das ondas de rádio emergiu mais forte. Sem nenhum treinamento em astronomia, acharam um raro objeto celeste.
Os três fazem parte do projeto Einstein@Home ("Einstein em casa"), uma comunidade global de mais de 250 mil voluntários que permitem o uso de seus computadores para o processamento de dados astronômicos.
Criado em 2005 para encontrar ondas gravitacionais, previstas pela teoria da relatividade geral de Albert Einstein (1879-1955), o projeto incluiu, em 2009, a busca por pulsares, estrelas densas, formadas por nêutrons, que giram rapidamente e emitem radiação em lados opostos, como um farol.
O pulsar descoberto, batizado de PSR J2007+2722, completa 41 voltas por segundo sobre seu eixo e está a 17 mil anos-luz da Terra, na constelação da Raposa.
Trata-se de um objeto curioso. Os raros pulsares já observados costumam surgir em pares. O fato de estar sozinho é, por si só, intrigante. E, para um pulsar isolado, ele gira mais rápido que o usual.
"Ou é uma estrela velha que expulsou sua companheira, o que explicaria seu isolamento, ou é uma estrela jovem, o que explicaria a rapidez do giro. Mas, nesse caso, deveria haver vestígios de supernova [explosão estelar] por perto", diz Zulema Abraham, professora de astronomia do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
PORTO RICO
As ondas de rádio emitidas pelo pulsar foram detectadas pelo Telescópio de Arecibo, maior radiotelescópio do mundo, localizado em Porto Rico. Para isolar o sinal do ruído espacial, foi preciso descobrir a frequência exata do pulsar. Isso envolveu tentativa e erro. E é aí que entra o poder da computação distribuída.
No Einstein@Home, servidores na Universidade Cornell, nos EUA, enviam os dados de Arecibo para o Instituto Albert Einstein, na Alemanha, que os "quebra" em pacotes e os distribuem aos voluntários pelo mundo. Os resultados dos voluntários são reenviados à Alemanha.
Para participar, basta baixar um programa e instalá-lo no computador. O programa funciona como um protetor de tela --só processa dados quando o usuário não está usando o computador.
"Mostramos que qualquer um que possui um computador e acesso à internet pode fazer a diferença e contribuir para descobertas de astronomia", afirmou Benjamin Knispel, do Instituto Albert Einstein e coautor do estudo, publicado na edição de hoje da revista "Science".

Chuva de meteoros dá espetáculo no hemisfério Norte; veja fotos

Em boa parte do hemisfério Norte, foi possível ver, na madrugada desta quinta para sexta, uma chuva de meteoros no céu. Trata-se de um evento anual, a chuva de meteoros de Perseidas, menos perceptível nos países abaixo do equador. Veja algumas fotos do fenômeno pelo mundo:
Chuva de meteoroso em Grazalema, no sul da Espanha
Chuva de meteoros em Grazalema, no sul da Espanha


Os meteoros foram bem vísiveis na Inglaterra; na foto, o Stonehenge, construído há milênios
Os meteoros foram bem vísiveis na Inglaterra; na foto, o Stonehenge, construído há milênios


Meteoros cruzam o céu de Cancún
Meteoros cruzam o céu de Cancún

Um meteoro cruza o céu na Macedônia
Um meteoro cruza o céu na Macedônia


Mais um meteoro visto da Macedônia
Mais um meteoro visto da Macedônia

Um terceiro meteoro na Macedônia
Um terceiro meteoro na Macedônia

Foto tuitada por astronauta mostra meteoro em queda

Os astronautas que se encontram na ISS (sigla em inglês de Estação Espacial Internacional) também viram a chuva de meteoros Perseidas no último fim de semana.
Ron Garan, que se encontra na plataforma, tirou algumas fotos no sábado (13) e tuitou sobre o fenômeno que tradicionalmente acontece neste mês.
O meteoros em queda estava sob o céu da China, a aproximadamente 400 km da capital, Pequim, quando foi fotografado por Garan. Na foto, a imagem é bem pequena, mas a graça está no instantâneo que mostra no mesmo enquadramento o planeta Terra e parte da ISS.
A chuva é formada com a passagem do cometa Swift-Turtle, o qual orbita o Sol a cada 133 anos.
Em agosto, a Terra passa no interior da nuvem de detritos deixados pelo cometa que, formada por fragmentos de gelo e poeira, se choca com a atmosfera terrestre e se desintegra como se fosse explosões de luz.

Foto de meteoro tirada pelo astronauta Ron Garan, que se encontra na ISS; fenômento também foi visto da Terra
Foto de meteoro tirada pelo astronauta Ron Garan, que se encontra na ISS; fenômento também foi visto da Terra

A chuva é formada com a passagem do cometa Swift-Turtle, o qual orbita o Sol a cada 133 anos
A chuva é formada com a passagem do cometa Swift-Turtle, o qual orbita o Sol a cada 133 anos

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Galáxias se fundindo formam ponto de exclamação no espaço

O complexo de galáxias vizinhas VV 340, também conhecido como Arp 302, foi fotografado em um de seus estágios iniciais de interação.
Daqui a alguns milhões de anos, as duas galáxias em espiral vão se fundir --um processo semelhante que também deve ocorrer no futuro com a Via Láctea e Andrômeda.
Os contornos lembram um ponto de exclamação, que fica claro na imagem divulgada nesta segunda-feira pela Nasa (agência espacial americana).
A VV 340 está localizada a cerca de 450 milhões de anos-luz da Terra.

Complexo de galáxias espirais vizinhas VV 340, conhecido como Arp 302, vão se fundir daqui a milhões de anos
Complexo de galáxias espirais vizinhas VV 340, conhecido como Arp 302, vão se fundir daqui a milhões de anos

Russos querem enviar turistas à Lua a partir de 2014

A Energuia, fabricante das naves russas Soyuz, anunciou nesta segunda-feira que está construindo uma nova nave tripulada para enviar turistas para a órbita da Lua a partir de 2014.
"A construção está em fase inicial", afirmou o presidente e engenheiro chefe da Energuia, Vitali Lopotá, à agência de notícias Interfax.
Lopotá destacou que as novas naves Soyuz estarão especialmente equipadas para programas comerciais com tripulantes não profissionais --em outras palavras, que não sejam cosmonautas.
A Energuia já negocia o orçamento do projeto, o número de turistas que viajarão em cada voo e o preço a ser pago para fazer parte da odisseia espacial.
No caso da Soyuz com os turistas a bordo se limitar a rodear a Lua e retornar à Terra, o voo se prolongaria por oito ou nove dias. Se a viagem incluir uma visita à ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês), duraria até três semanas.
No começo do ano, a companhia Space Adventures, organizadora de voos espaciais turísticos, anunciou a venda de uma passagem na nova Soyuz a uma celebridade por US$ 150 milhões, mas não divulgou quem seria.
TURISMO PARA POUCOS
A ISS já abriu suas portas para sete turistas espaciais. O americano Dennis Tito (2001) se tornou o primeiro a viajar à plataforma, seguido pelo sul-africano Mark Shuttleworth (2002) e pelo americano Gregory Olsen (2005).
A americana de origem iraniana Anousha Ansari foi a primeira turista mulher a ir para a ISS em 2006. Depois dela, experimentaram o mesmo feito o americano de origem húngara Charles Simonyi (2007) e Richard Garriott, filho do ex-astronauta americano Owen Garriott.
Simonyi é o único turista que repetiu a experiência em março de 2009, enquanto o fundador do Cirque du Soleil, o canadense Guy Laliberté, ficou conhecido como o último amador a visitar a ISS.
A Rússia recorreu ao turismo espacial no início da década passada devido à grave crise de financiamento que afetou seu programa espacial após a queda da União Soviética, a primeira potência a enviar um homem ao espaço em abril de 1961.
Em 2009, o país decidiu suspender as visitas devido à falta de espaço, uma vez que a tripulação da ISS duplicou para até seis tripulantes, e à decisão dos Estados Unidos de interromper os voos de suas naves.

Brasil participará de monitoramento de planetas 'gêmeos' da Terra

Um grupo liderado por um astrônomo do Brasil pode desvendar o que leva certas estrelas, como o Sol, a abrigar planetas como o nosso, rochosos e pequenos. De quebra, trata-se da primeira grande investida brasileira na busca por mundos extrassolares com telescópios em solo.
O estudo se viabilizou graças ao acesso recém-obtido pelo Brasil às instalações do ESO (Observatório Europeu do Sul). O governo assinou no fim do ano passado o acordo que torna o país o mais novo membro do consórcio. Embora o acerto ainda careça de aprovação do Congresso para entrar em vigor, o ESO já trata o Brasil como parceiro, concedendo o direito de solicitar tempo de observação nos telescópios da organização.
Foi por conta disso que a equipe de Jorge Meléndez, peruano que trabalha no IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, conseguiu aprovação num projeto que pode finalmente revelar alguns dos segredos mais bem guardados sobre os exoplanetas.
SURPRESA CELESTE
Antes de 1995, quando o primeiro planeta fora do Sistema Solar orbitando uma estrela parecida com o Sol foi encontrado, os astrônomos já desconfiavam que deveria haver muitos sistemas planetários lá fora. Mas eles não imaginavam que eles seriam tão diferentes do nosso.
Uma das mais estonteantes revelações foi a de que há muitos chamados "Hot Jupiters", mundos gigantes gasosos que orbitam muito próximos de suas estrelas. Surgiu então uma grande dúvida: o que determina o nascimento ou não de planetas e, sendo mais específico, de um dado tipo de sistema?
Uma primeira pista na direção certa pode ter sido obtida pelo grupo de Meléndez dois anos atrás. Eles descobriram que a composição do Sol era incomum se comparada com outras estrelas similares, com uma quantidade inferior de elementos pesados como ferro, níquel e alumínio. E o que é ainda mais curioso: esses elementos "faltantes" na química solar parecem estar justamente distribuídos nos chamados planetas terrestres, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
PREVENDO SISTEMAS
Daí surgiu a hipótese: será que a presença de planetas como o nosso pode ser correlacionada com essa anomalia na composição química da estrela?
É o que Meléndez e seus colegas pretendem testar, com a ajuda do Harps, espectrógrafo de alta precisão do ESO que é o principal instrumento da mais bem-sucedida equipe de caçadores de planetas no mundo, liderada por Michel Mayor, do Observatório de Genebra.
O grupo conseguiu 88 noites de observação, distribuídas em quatro anos, para monitorar 66 gêmeas solares (estrelas que, ao menos superficialmente, são praticamente iguais ao Sol, em termos de tamanho e temperatura).
Em paralelo, com outro telescópio, a equipe obterá informações detalhadas sobre a composição desses astros, de forma a ver como a distribuição de elementos pesados se compara à do Sol.
"É realmente muito difícil obter tantas noites com o Harps, pois ele é usado principalmente pelos astrônomo de Genebra na procura por planetas, então o mérito de nosso projeto deve ter sido altíssimo", comemora Meléndez.
"É uma ideia bem ousada", avalia Cassio Leandro Barbosa, astrônomo da Univap que não participa da pesquisa. "Se essa história da metalicidade se confirmar, será um grande passo para a compreensão de como os sistemas planetários se formam."

sábado, 13 de agosto de 2011

Chuva de meteoros cruza o céu do hemisfério Norte; veja

Como ocorre todo mês de agosto, a chuva de meteoros Perseidas ilumina neste fim de semana o céu de várias partes do mundo, em especial do hemisfério Norte, levando astrônomos e curiosos a organizarem eventos para compartilhar o belo espetáculo de luzes.
Em locais como o Brasil, que ficam abaixo da linha do Equador, os meteoros serão mais fáceis de ver no norte do país. As condições do tempo e o brilho da Lua também contam --enquanto mais escuro o local, mas fácil enxergar o rastro de luzes dos meteoros.
A chuva de meteoros Perseidas vem sendo observada há pelo menos 2.000 anos. Ela é formada com a passagem do cometa Swift-Turtle, o qual orbita o Sol a cada 133 anos.
Tradicionalmente, é no mês de agosto que a Terra passa no interior da nuvem de detritos deixados pelo cometa que, formada por fragmentos de gelo e poeira, se choca com a atmosfera terrestre e se desintegra como se fosse explosões de luz.
Este ano, a expectativa é de entre 80 e 100 meteoros por hora.
Chuva de meteoros Perseida pode ser vista no céu da vila de Kuklici, na Macedônia; espetáculo ocorre todo agosto
Chuva de meteoros pode ser vista no céu da vila de Kuklici, na Macedônia; espetáculo ocorre todo agosto

chuva conhecida como Perseida pode ser vista também no céu da cidade espanhola de Antequera
Chuva conhecida como Perseida pode ser vista também no céu da cidade espanhola de Antequera

Nasa acha 'receita de DNA' em meteoritos

Um estudo sobre a origem dos componentes básicos do DNA e do RNA, as moléculas que são a base genética dos seres vivos, revelou que eles podem ter chegado à Terra dentro de rochas espaciais.
A descoberta, anunciada nesta semana pela Nasa e pela Instituição Carnegie de Washington, foi a conclusão de uma pesquisa que analisou 12 meteoritos encontrados na Antártida e na Austrália.
Dentro deles foram encontrados sete tipos diferentes de bases nitrogenadas, blocos moleculares do mesmo tipo daqueles que formam o DNA.
Duas dessas substâncias são idênticas àquelas encontradas no maquinário genético de seres vivos, a adenina e a guanina (o A e o G das letras que representam a sequência do DNA). Foram as outras cinco moléculas achadas, porém, que despertaram o interesse dos cientistas.
Encontrar adenina e guanina em meteoritos não é tão difícil. Mas ainda não existia prova de que vêm mesmo de carona nessas rochas que caem do espaço.
Como a vida terrestre hoje sintetiza bases nitrogenadas em abundância, é possível que nosso planeta tenha "contaminado" os meteoritos assim que tocaram o chão.
As outras cinco moléculas encontradas pela nova pesquisa, porém, são de tipos "raros", que não existem dentro de seres vivos, e estavam em concentração relativamente grande.
"Isso nos deu confiança de que estávamos olhando para o produto de uma reação química ocorrida na formação dos meteoritos, e não para o resultado de contaminação terrestre", disse à Folha o geoquímico Michael Callahan, do Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa, na periferia de Washington, onde as análises foram feitas.
DESCRIÇÃO INÉDITA
"Eu procurei na literatura científica a ocorrência dessas moléculas em minerais terrestres comuns, e elas não apareceram", conta Callahan.
"Uma das moléculas, uma diaminopurina, é capaz de inibir a transcrição [transmissão de informação] do DNA. Se você interrompe a transcrição, você barra a produção de proteínas e impede a ocorrência de vida.
Então, seria contraintuitivo achar essa moléculas numa estrutura biológica", completa.
Para reforçar a conclusão, os cientistas compararam os meteoritos com amostras de solo onde eles foram coletados. As bases nitrogenadas do tipo "extraterrestre" não estavam presentes.
Ao misturar hidrogênio com cianetos, moléculas com carbono e nitrogênio na ponta, Callahan e sua equipe conseguiram produzir, em laboratório, exatamente o mesmo conjunto de moléculas encontrado no asteroide.
Como formas de cianeto são relativamente abundantes no espaço, os cientistas acreditam ter encontrado o primeiro passo da receita para produzir DNA e RNA numa época em que a vida ainda estava por surgir na Terra.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Chuva de meteoros Perseidas terá início na noite desta sexta

Considerado um dos melhores fenômenos do gênero, a chuva de meteoros Perseidas será avistável a partir desta sexta-feira (12) em várias partes do mundo.
Quem mora no hemisfério Norte será mais privilegiado durante a observação.
Em locais como o Brasil, que ficam abaixo da linha do Equador, os meteoros serão mais fáceis de ver no norte do país.
As condições do tempo e o brilho da Lua também contam, mas há a possibilidade de checar a chuva de meteoros no pico que acontece na madrugada de sábado, por volta das 3h --mire seus olhos em direção ao norte.
O astrônomo da Nasa (agência espacial americana) Bill Cooke, mais equipe, vai responder a perguntas sobre a Perseidas a partir da meia-noite de hoje. Para participar, acesse o chat um pouco antes desse horário.
PERSEIDAS
A chuva de meteoros Perseidas vem sendo observada há pelo menos 2.000 anos. Ela é formada com a passagem do cometa Swift-Turtle, o qual orbita o Sol a cada 133 anos.
Tradicionalmente, é no mês de agosto que a Terra passa no interior da nuvem de detritos deixados pelo cometa que, formada por fragmentos de gelo e poeira, se choca com a atmosfera terrestre e se desintegra como se fosse explosões de luz.
Foto de arquivo mostra chuva de meteoros Perseidas que se forma com a passagem do cometa Swift-Turtle
Foto de arquivo mostra chuva de meteoros Perseidas que se forma com a passagem do cometa Swift-Turtle

Nasa divulga imagem de nebulosa em forma de colar

A Nasa (agência espacial americana) divulgou na quinta-feira (11) a imagem tirada pelo Telescópio Espacial Hubble de uma nebulosa em forma de colar (Necklace, em inglês).
A nebulosa foi recentemente descoberta e parece ser os restos remanescentes de um objeto que foi semelhante ao Sol no passado.
Ela está localizada a 15 mil anos-luz e se encontra na constelação da Fecha (ou Sagitta).

Nebulosa em forma de colar está a 15 mil anos-luz e se encontra na constelação da Fecha
Nebulosa em forma de colar está a 15 mil anos-luz e se encontra na constelação da Fecha

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Observatório da Nasa fotografa explosão solar

A Nasa (agência espacial americana) divulgou na terça-feira a foto de uma explosão solar na região denominada AR11263, tirada pelo SDO (sigla em inglês de Observatório de Dinâmica Solar).
Essas explosões gigantescas de radiação não chegam a atravessar a atmosfera terrestre e não há provas conclusivas que indicam serem uma ameaça aos seres humanos que vivem no Planeta.
Elas afetam, porém, o ambiente e são capazes de interromper sinais de GPS ou provocar interferências nas comunicações.
A foto é da cor azul devido ao tipo de equipamento usado para registro da imagem.
Explosão solar fotografada pela Nasa; fenômeno não representa perigo para seres humanos que vivem na Terra
Explosão solar fotografada pela Nasa; fenômeno não representa perigo para seres humanos que vivem na Terra

Nasa financiará 30 novos projetos espaciais

A Nasa (agência espacial americana) anunciou o financiamento de 30 novos projetos. Entre eles, a proteção de astronautas da radiação no espaço, a eliminação de dejetos espaciais e a melhoraria da tecnologia espacial.
Cada uma das propostas receberá US$ 100 mil (cerca de R$ 162 mil) de financiamento durante o período de um ano no âmbito do NIAC (Instituto de Conceitos Avançados da Nasa), informou a agência na segunda-feira (8) em um comunicado.
"Estes conceitos inovadores têm o potencial de se tornar a capacidade transformadora que a Nasa precisa para melhorar nossas operações atuais de missões espaciais, semeando os avanços de tecnologia necessários para as desafiadoras missões espaciais no futuro da Nasa", disse o chefe de tecnologia da agência, Bobby Braun.
Outros projetos incluem o uso de tecnologia tridimensional de impressão para criar um posto avançado planetário e uma pesquisa sobre várias formas de combustível para futuras missões de exploração, incluindo a energia solar e a nuclear.
O NIAC operou de 1998 a 2007 como um fórum independente, cita a agência, "para complementar as atividades de conceitos avançados realizadas no âmbito da Nasa".
Os trabalhos do instituto foram suspensos para uma revisão em 2008 e restabelecidos no ano fiscal de 2011, com o objetivo de pesquisar "conceitos avançados visionários" e de longo alcance, como parte da missão da agência.

Meteoritos contêm componentes de DNA criados no espaço, diz Nasa

Pesquisadores da Nasa (agência espacial americana) encontraram provas de que os meteoritos podem conter estruturas de DNA que foram geradas no espaço.
Componentes de DNA são detectados em meteoritos desde os anos 1960, mas os cientistas tinham dúvidas se eles realmente se originavam no espaço ou se vinham por meio de uma contaminação de vida terrestre.
"Pela primeira vez, provas nos dão a certeza de que estes compostos de DNA foram de fato criados no espaço", diz Callahan, autor do estudo publicado na versão on-line do "PNAS", na segunda-feira (8).
Anteriormente, cientistas do Centro Espacial Goddard descobriram aminoácidos em amostras do cometa Wild 2 da Nasa, além de vários meteoritos ricos em carbono.
Os aminoácidos são usados na produção de proteínas, moléculas essenciais à vida, que estão presentes em tudo, desde estruturas capilares até enzimas --catalisadores que aceleram ou regulam reações químicas.
Os dados mais recentes indicam que determinados componentes de DNA chamados de nucleobases --blocos de construção do código genético-- chegam à Terra por meio de meteoritos em uma diversidade e quantidade que supera a anteriormente imaginada.
Essa descoberta significa que o ambiente interno de asteroides e cometas é capaz de abrigar moléculas biológicas essenciais.
No novo estudo, um grupo analisou amostras de 12 meteoritos ricos em carbono, nove dos quais foram retirados da Antártida, que indicaram a existência de adenina e guanina. As duas se conectam a outro par para formar os "degraus da escada" de um DNA.
Os pesquisadores também identificaram em dois meteoritos, pela primeira vez, traços de três moléculas relacionadas a nucleobases, sendo que dois quase nunca são usados em biologia --as nucleobases análogas--, o que provaria que as substâncias dos meteoritos vieram do espaço e não de uma contaminação terrestre.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O russo Yuri Gagárin ficou com todas as honras ao se tornar o primeiro homem a voar ao espaço, mas seu suplente, Guerman Titov, entrou para a história ao fotografar a Terra pela primeira vez 50 anos atrás --em 6 de agosto de 1961.
"Ao voltar, Gagárin disse que tinha visto a Terra, e todo mundo acreditou nele. Por isso, a missão de Titov era tirar imagens de nosso planeta para que todos pudessem ver", assinalou à agência de notícias Efe um dos organizadores da exposição "50 Anos de Fotografia Espacial", na galeria Fotosoyuz, em Moscou.
Titov, que ainda não tinha superado a decepção que representou para ele não ser o primeiro cosmonauta da história, pôde ver cumprido seu sonho em 6 de agosto de 1961 ao subir a bordo da nave Vostok-2 com uma câmera de cinema.
"Precisamos de você para missões mais difíceis", tinha dito vários meses antes Sergei Koroliov, o pai da cosmonáutica soviética.
O que Titov nunca imaginou é que seria famoso justamente por ser o primeiro a fazer imagens da Terra com a câmera Konvas Avtomat e alguns carretéis de 300 milímetros.
As primeiras fotos da Terra foram extraídas da rodagem realizada por Titov durante as 17 voltas que deu em volta de nosso planeta --ele, inclusive, teve tempo para dormir--, no que superou as de Gagárin, que voou 108 minutos.
"Tudo está bem, tudo está bem. Pode-se ver a Terra e um grande rio, embora haja muitas nuvens",
comunicou ao centro de controle um emocionado Titov.
PLANETA AZUL
As três históricas fotos mostram um planeta Terra de cor azul, coberto de nuvens brancas, sobre um fundo negro; um tímido amanhecer e uma imagem do guichê de onde o cosmonauta soviético tirou as imagens.
Para fazer as fotos, Titov recebeu mais de 60 horas de instrução no manejo de câmaras que o transformaram em um autêntico fotógrafo profissional.
Na exposição podem ser vistas várias imagens de Titov, Gagárin e Valentina Tereshkova, a primeira mulher a viajar ao espaço, com câmeras na mão.
Desde a proeza de Titov, a fotografia faz parte de todas as missões espaciais, como quando Neil Amstrong desceu na superfície lunar a bordo do Apolo 11 e fotografou cenários com a Lua e a Terra no mesmo enquadramento.
Mas, somente em 1972, os tripulantes do Apolo 17, os últimos que a pisar a Lua, fotografaram a Terra por completo.
Nos dias de hoje, porém, as melhores fotos não são feitas pelos tripulantes das naves russas Soyuz, das naves americanas e nem da plataforma orbital. O serviço cabe aos satélites e às sondas que protagonizam os voos interplanetários.
Além de tirar fotos, Titov, que estava com 25 anos quando viajou ao espaço, foi o primeiro homem a sofrer vertigens devido à falta de gravidade.
Sua viúva, Tamara, comentou que Titov nunca se considerou um herói. Ele acreditava que a conquista pertencia a "todo o povo soviético", mas se sentia "orgulhoso" por ter sido um pioneiro na conquista do espaço.
"Titov foi o primeiro fotógrafo espacial. Graças a seu trabalho, soubemos quanto que a Terra é bonita. Seu voo demonstrou que o homem podia viver e trabalhar no Cosmos", assinalou.
Sua proeza permitiu aos cientistas soviéticos comprovar que o homem podia suportar longos voos espaciais sem sofrer alterações em seu estado de saúde e, de quebra, deu um novo golpe propagandístico nos Estados Unidos.
Em 5 de maio, o voo suborbital do astronauta americano Alan Shepard a bordo do Freedom-7 tinha sido a resposta de Washington à façanha de Gagárin, mas sua travessia tinha durado apenas 15 minutos --a URSS estava claramente à frente dos EUA na incipiente corrida espacial.
Titov, que continua sendo o homem mais jovem a viajar ao espaço, morreu em 2000 e apenas é recordado pelos russos, com a exceção de sua cidade natal, Polkovnikovo (região siberiana da República Altaica), que inaugurará neste sábado um museu em sua honra.


O cosmonauta Guerman Titov, que tinha 25 anos quando viajou ao espaço e tirou as primeiras fotos da Terra
O cosmonauta Guerman Titov, que tinha 25 anos quando viajou ao espaço e tirou as primeiras fotos da Terra

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Foguete Atlas 4, que levará a bordo a sonda Juno; viagem até Júpiter vai demorar cerca de cinco anos

A Nasa (agência especial americana) lançou nesta sexta-feira a sonda Juno com o objetivo de estudar Júpiter e decifrar o que existe no interior do planeta gasoso, a quantidade de água que possui e o papel que desempenhou na formação do Sistema Solar.
Juno saiu de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), a bordo do foguete Atlas 5, equipado com cinco propulsores de combustível sólido.
A partida ocorreu com alguns minutos de atraso, após a detecção de um vazamento de gás hélio no foguete. De acordo com a Nasa, o problema não afetou nenhum dos sistemas.
A previsão é que a sonda alcance a órbita de Júpiter em julho de 2016, após percorrer 2,8 bilhões de quilômetros.
Durante um ano terrestre, ela sobrevoará o planeta 33 vezes a uma altura de 5.000 quilômetros do planeta gigante, cujo diâmetro é 11 vezes maior que o da Terra.
Lançamento do foguete Atlas 5, que levou a bordo a sonda espacial Juno; viagem levará cinco anos até Júpiter
Lançamento do foguete Atlas 5, que levou a bordo a sonda espacial Juno; viagem levará cinco anos até Júpiter

Nasa se prepara para lançar sonda Juno nesta sexta-feira

A Nasa (agência espacial americana) se prepara para lançar por volta das 12h34 (horário de Brasília) desta sexta-feira a sonda de exploração espacial Juno da base em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). A viagem rumo ao planeta gasoso Júpiter levará cinco anos.
A missão
 tem como meta colher dados que expliquem como Júpiter se formou.
"Se quisermos voltar no tempo e compreender de onde viemos e como os planetas apareceram, o segredo está em Júpiter", destacou o principal cientista do programa Juno e membro do Southwest Research Institute (EUA), Scott Bolton.
O observatório, que não terá tripulação, foi desenhado para viajar pelo espaço a bordo do foguete Atlas 5.
Assim que chegar a seu destino, em julho de 2016, a nave orbitará os polos do gigantesco planeta, que supostamente foi o primeiro a ser formar em torno do Sol e cuja massa é duas vezes superior a de todos os planetas do Sistema Solar juntos.

O nome Juno representa aquela que, na mitologia romana, é ao mesmo tempo mulher e irmã de Júpiter.
GALILEO
Em 1989, a Nasa havia lançado a sonda Galileo, que entrou em órbita em torno de Júpiter em 1995 e se desintegrou mergulhando no planeta em 2003.
Outros engenhos espaciais da Nasa --como os Voyager 1 e 2, Ulysses e New Horizons-- também se aproximaram do quinto planeta a partir do Sol.
Desta vez, porém, a sonda estará bem mais perto de Júpiter, a apenas 5.000 km sobre a crista das nuvens.
A Juno vai utilizar uma série de instrumentos, entre eles alguns fornecidos pela Itália, França e Bélgica como parte de uma parceria com a ESA (Agência Espacial Europeia), para estudar o funcionamento do planeta e sondar suas entranhas.
Duas experiências significativas consistirão em avaliar a quantidade de água que o planeta contém e determinar se possui um núcleo de elementos pesados em seu centro --ou se é composto apenas de gás.
Os cientistas procuram, também, saber mais sobre os campos magnéticos de Júpiter e sobre sua mancha vermelha, local de uma tempestade que causa furor há mais de 300 anos.
Foguete Atlas 4, que levará a bordo a sonda Juno; viagem até Júpiter vai demorar cerca de cinco anos
Foguete Atlas 4, que levará a bordo a sonda Juno; viagem até Júpiter vai demorar cerca de cinco anos

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A Nasa (agência espacial americana) confirmou, nesta quinta-feira, ter fortes evidências da existência de água líquida na superfície de Marte.

A Nasa (agência espacial americana) confirmou, nesta quinta-feira, ter fortes evidências da existência de água líquida na superfície de Marte.
Os dados foram coletados pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) durante os meses mais quentes do planeta vermelho.
"[A descoberta] reafirma Marte como um importante destino para a exploração humana no futuro", comentou o administrador da Nasa, Charles Bolden.
A água líquida, que seria salgada, aparece em encostas voltadas para o hemisfério sul de Marte --a existência de água congelada próximo à superfície, em diversas regiões do planeta, já havia sido anunciada antes.
De cor enegrecida, a substância foi vista durante a primavera e o verão. No inverno, tornou-se menos visível. E voltou a surgir na primavera seguinte.
"As linhas escuras são diferentes de outros tipos de recursos [encontrados] nas encostas marcianas", disse o cientista Richard Zurek, do projeto Jet (Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa), em Pasadena, Califórnia.
"Repetidas observações mostram que [elas] se estendem cada vez mais para baixo com o tempo, durante o aquecimento da temporada."
Segundo Alfred McEwen, da Universidade do Arizona e principal autor de um estudo sobre o assunto publicado nesta quinta-feira na revista "Science", o fluxo não é negro por estar úmido, mas por outras razões ainda desconhecidas.
Alguns aspectos das observações feitas pela sonda intrigam os cientistas, mas o fato de a água ser salgada reforçaria a hipótese de o solo marciano conter o líquido.
Nas estações mais quentes, a temperatura local subiria acima do ponto de congelamento e a água escorreria sob uma fina camada de poeira, encosta abaixo.
Depósitos salinos na superfície marciana eram abundantes no passado, e estudos recentes sugerem que eles ainda se formariam de modo mais limitado em algumas áreas.
Imagem feita em 3-D mostra provável água em estado líquido escorrendo de uma encosta do planeta vermelho
Imagem feita em 3-D mostra provável água em estado líquido escorrendo de uma encosta do planeta vermelho

Terra já teve uma segunda lua, que colidiu com a atual

A Terra já teve duas luas e, mais de 4 bilhões de anos atrás, elas se chocaram.
A menor levou a pior e acabou esmagada por aquela que vemos no céu até hoje. O incidente, no entanto, deixou marcas: o satélite tem um lado "torto", assimétrico.
É essa a explicação que uma dupla de cientistas propõe, em artigo publicado nesta quinta-feira, para explicar as enormes diferenças na superfície entre os dois lados do satélite.
Os pesquisadores acreditam que as duas luas se formaram no mesmo evento: uma colisão entre a Terra e um objeto do tamanho de Marte ainda nos primórdios do Sistema Solar.
A grande quantidade de resíduos que esse choque provocou teria dado origem aos dois satélites.
A minilua teria cerca de um terço do diâmetro da atual (1.200 km), mas apenas 4% de sua massa.
Usando simulações e cálculos avançados no computador, os autores do trabalho, publicado na revista "Nature", concluíram que o outro satélite, antes de atingir a Lua, passou milhares de anos convivendo com ela.
A minilua só não foi destruída antes devido à localização estratégica que ela acabou ocupando.
Ela se encontrava no que se chama de órbita troiana: pontos localizados à frente ou atrás da órbita da Lua, em posições onde a gravidade dela e a da Terra estavam equilibradas. Uma área mais "calma" e estável para o desenvolvimento do objeto.
Com o tempo e a expansão da órbita da nossa atual Lua, a trajetória da sua companheira acabou se desestabilizando, e elas colidiram.
CHOQUE
A batida teria acontecido em uma velocidade relativamente baixa. Algo aproximadamente entre 7.200 km/h e 10.800 km/h.
Como a Lua ainda estava "mole" --não havia se solidificado por completo após a formação--, o choque "lento" teria provocado as enormes elevações de mais de 2 km presentes hoje, ao invés de uma grande cratera.
Boa parte do material --que tinha essencialmente a mesma composição do da Lua-- acabou "espalhada" por nosso satélite como uma camada muito espessa.
Com o impacto, o magma (grosso modo, rocha liquefeita) que ainda existia na Lua foi empurrado para o outro lado, o que explicaria por que certos elementos, como o fósforo e o urânio, estão concentrados na crosta.
CRÍTICA
"Do ponto de vista da simulação do choque entre as duas luas, o artigo é impecável. O modelo é muito bom. as hipóteses que eles colocam são bem razoáveis", avalia Fernando Roig, pesquisador do Observatório Nacional.
Para ele. no entanto, o que ainda precisa de mais esclarecimentos são os modelos orbitais no momento da colisão entre os corpos. "É o elo fraco do artigo. Precisa ser mais esclarecido", avalia o cientista.

Giro sincronizado faz hemisfério da Lua ficar 'invisível'

A interação gravitacional peculiar entre a Lua e a Terra é a responsável por impedir que os terráqueos consigam ver as cicatrizes da possível trombada entre satélites.
É que elas estão no chamado lado distante da Lua, cuja superfície quase nunca é visível da Terra (na verdade, pequenas irregularidades na interação entre os corpos celestes fazem com que, no fim das contas, pouco menos de 10% desse "lado oculto" ainda seja visível daqui).
Ocorre que a Lua leva o mesmo tempo para completar uma órbita ao redor do nosso planeta e para girar em torno de si mesma (28 dias). Com isso, ela mantém sempre a mesma face voltada para a Terra. O fenômeno é comum em outros satélites naturais do Sistema Solar afora.
A humanidade só conseguiu as primeiras imagens do lado distante da Lua graças à corrida espacial. Naves russas não tripuladas fizeram as primeiras fotos da área a partir do fim dos anos 1950, e os astronautas americanos da Apollo 8 tiveram o privilégio de observar a região em 1968, quando a orbitaram.
A interação Terra-Lua também faz com que, a taxas muito lentas, o planeta gire mais rápido e o satélite se distancie.

Crateras de asteroide Vesta lembram boneco de neve

O conjunto formado por três crateras no asteroide Vesta recebeu o apelido de "boneco de neve".
A formação se encontra no hemisfério norte do corpo celeste, que está sendo estudado pela sonda robótica Dawn. A imagem foi tirada a uma distância de aproximadamente de 5.200 quilômetros.
O trabalho de observação e medições de Vesta --segundo maior objeto no cinturão de asteroides que fica entre Marte e Júpiter-- será realizado durante um ano.
Depois, a Dawn vai se dirigir para sua segunda missão, o planeta-anão Ceres, em julho de 2012.
A Dawn se torna assim a primeira nave a orbitar dois corpos do Sistema Solar além da Terra, explicaram funcionários da Nasa (agência espacial americana).
As crateras que se encontram no hemisfério norte de Vesta e que ganharam o nome de boneco de neve
As crateras que se encontram no hemisfério norte de Vesta e que ganharam o nome de boneco de neve

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Colisão lenta deu origem a montanhas lunares, diz estudo

As montanhas lunares, consideradas ainda um mistério para a ciência, podem ter se originado a partir de uma colisão lenta com um satélite menor que se posicionava fora de sua órbita original. Esse é o teor de um estudo publicado nesta quarta-feira na revista "Nature".
Com montanhas que chegam a 3.000 metros de altitude e crateras profundas, a face distante da Lua guarda uma vaga semelhança com a superfície mais suave e plana da parte visível do satélite natural da Terra.
Ao longo do tempo, cientistas têm considerado várias teorias para explicar esta dupla personalidade da Lua, também conhecida como "dicotomia lunar".
Alguns apontam para ondas de aquecimento desiguais, um processo no qual a energia da rotação e da órbita deformam a crosta externa de um planeta.
Outros argumentam que um bombardeio assimétrico de asteroides e cometas explicariam o fenômeno.
Mas Martin Jutzi e Erik Asphaug, uma dupla de cientistas da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, propôs uma nova explicação para a construção da paisagem da Lua, que remete a suas próprias origens.
Segundo eles, o estudo une pontas soltas que outras teorias não teriam esclarecido.
Não muito tempo depois de a Terra tomar forma, mais de 4 bilhões de anos atrás, o planeta provavelmente teria sido atingido por um corpo celeste do tamanho de Marte, em um evento denominado de hipótese do grande impacto.
Pensa-se que a Lua tenha se formado dos destroços desta colisão, o que provavelmente deu origem a outros corpos menores.
À medida que nosso Sistema Solar evoluiu para sua configuração atual, nenhum destes corpos celestes menores sobreviveria muito tempo, a menos que tenham se posicionado em uma zona conhecida como ponto troiano Terra-Lua.
Pelo menos uma destas miniluas, com cerca de um terço do diâmetro da que vemos hoje, poderia ter ficado suspensa entre os empuxos gravitacionais da Terra e da Lua por dezenas de milhões de anos, estimaram.
Finalmente, a pequena lua teria saído do campo gravitacional e colidido com a Lua, que na época era coberta por um oceano de magma, com uma crosta cristalizada por cima.
Em alta velocidade, colisões em escala planetária criam monstruosas crateras e grandes quantidades de vestígios vaporizados, a maior parte derretida pelo intenso calor.
Mas, devido à probabilidade de a minilua, por causa de sua posição, ter se movimentado a uma velocidade muito menor, de dois a três quilômetros por segundo, o impacto teria formado as montanhas.
Para Jtzi e Asphaug, a proporção entre as luas e uma velocidade de impacto subsônica produziram uma pilha ao invés de uma cratera.
Este cenário também ajudaria a explicar por que a crosta da face distante lunar é muito mais espessa e por que certos minerais se concentram ali, acrescentaram os cientistas.
"O estudo atual demonstra plausibilidade ao invés de provas", alertou Maria Zuber, pesquisadora do MIT ( (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), em um comentário, também publicado na revista "Nature".
Zuber ressaltou ainda que as origens das montanhas da face distante do satélite têm sido "um tópico de especulação desde as primeiras medições globais sobre a forma da Lua".
A nova teoria poderá ser confirmada ou contestada por dados que devem ser disponibilizados no ano que vem pela missão Lunar Reconnaissance Orbiter, da Nasa (agência espacial americana), bem como pelo mapeamento gravitacional de alta resolução a ser feito pela missão Grail (Gravity Recovery and Interior Laboratory, na sigla em inglês).
Sonda japonesa em órbita ao redor da Lua; satélite natural da Terra apresenta superfícies irregulares em sua extensão
Sonda japonesa em órbita ao redor da Lua; satélite natural da Terra apresenta superfícies irregulares em sua extensão

Foto da Nasa mostra como a Lua é vista do espaço

A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou nesta terça-feira a imagem da Lua vista do espaço.
Esta foi exatamente a visão que o astronauta Ron Garan teve ao olhar por um compartimento da ISS (Estação Espacial Internacional) em 31 de julho.
Como a ISS orbita a Terra a cada 90 minutos, a cena é praticamente uma rotina da tripulação, que pode ver 16 vezes cenas similares no período que consideram como de um dia.
Foto da Lua tirada pelo astronauta Ron Garan a partir de um dos compartimentos da ISS
Foto da Lua tirada pelo astronauta Ron Garan a partir de um dos compartimentos da ISS

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Turismo espacial já tem lista de espera com 450 nomes

O comediante Russell Brand, o cineasta Bryan Singer, a atriz Victoria Principal e o cientista Stephen Hawking querem dar uma volta no espaço.
Como eles, 450 pessoas já se candidataram a embarcar na aeronave que está sendo construída pela Virgin Galactic.
Integram, por assim dizer, a lista de espera já que a tripulação é formada por seis indivíduos, além de dois pilotos.
Os voos inéditos que partem da iniciativa privada serão realizados pelo Spaceship Two com os primeiros turistas espaciais da história, noticia o Telegraph nesta terça-feira.
Cada passageiro do voo pioneiro terá de pagar aproximadamente R$ 312 mil pelas duas horas de entretenimento.
Nesse período, pelo menos 15 minutos serão reservados para flutuar no ambiente do microespaço.
A viagem também inclui uma visão privilegiada da Terra, que é restrita aos astronautas que já passaram pela ISS (sigla de Estação Espacial Internacional).
Virgin Galactic está construindo sua primeira aeronava, a SpaceShipTwo, que transportará turistas em breve
Virgin Galactic está construindo sua primeira aeronava, a SpaceShipTwo, que transportará turistas em breve

Sonda da Nasa revela imagem completa do asteroide Vesta

As primeiras fotos tiradas de perto do asteroide Vesta, que remonta aos primórdios do Sistema Solar, revelaram um terreno surpreendentemente diversificado e várias características geológicas inexplicáveis, disseram cientistas da Nasa na segunda-feira.
As imagens foram feitas pela sonda robótica Dawn, que iniciou há duas semanas uma observação de um ano de Vesta, segundo maior objeto no cinturão de asteroides que fica entre Marte e Júpiter.
"Essas fotos já foram uma grande revelação para a equipe sobre como é a superfície (de Vesta). Não imaginávamos os detalhes que estamos vendo", comentou o cientista-chefe da Dawn, Chris Russell, a jornalistas.
Com uma área equivalente ao dobro da Califórnia, o asteroide é notavelmente diversificado, com canais na sua zona equatorial, pontos luminosos, poços escuros e crateras repletas de inexplicáveis listras brancas e pretas.
Com tamanho equivalente ao dobro da Califórnia, a superfície do asteroide é notavelmente diversificado
Com tamanho equivalente ao dobro da Califórnia, a superfície do asteroide é notavelmente diversificado

Os cientistas acreditam que o Vesta surgiu a partir de um amontoado de gases e poeira que restaram depois da formação do Sol, há cerca de 4,65 bilhões de anos. Ele teria aparecido apenas cerca de 5 milhões de anos depois da explosão do Sol, o que dotaria o asteroide de materiais radiativos.
O calor adicional teria feito o Vesta derreter, formando afinal um núcleo de ferro e uma crosta externa de lava. Isso pode explicar as muitas características diferentes reveladas nas primeiras fotos.
"Nunca vi nada assim", disse Russell, que trabalha na Universidade da Califórnia em Los Angeles. "É realmente um mundinho bonito e excitante lá no meio do cinturão de asteroides. Não é um corpo uniforme. Coisas diferentes estavam acontecendo em regiões diferentes da superfície. Isso indica para mim que o interior estava muito ativo. Vamos aprender muito com esse corpo."
A sonda Dawn vai passar cerca de um ano em torno do Vesta, entrando e saindo de órbita graças a um inovador sistema de propulsão de íons.
Marc Rayman, engenheiro-chefe do Jet (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia), disse que ouviu falar dessa tecnologia pela primeira vez num episódio de "Jornada nas Estrelas."
Em vez de usarem foguetes impulsionados por reações químicas, os motores da Dawn trabalham com a ejeção de íons eletricamente carregados do gás xenônio num campo elétrico, o que acelera as partículas a até 142,4 mil quilômetros por hora. A força do gás expelido faz a sonda se mover na direção contrária.
Esse movimento, com pressão semelhante ao peso de uma folha de papel sobre a palma da mão, seria inútil na Terra. Mas, no espaço, sem atrito nem gravidade, o impulso vai se acumulando.
O sistema de propulsão de íons permitirá que a Dawn deixe a órbita do Vesta após um ano de estudo, rumando para o seu segundo destino, o planeta-anão Ceres, maior objeto no cinturão de asteroides.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Curiosidade:Metano pode ter provocado extinção em massa na Terra

Uma recente pesquisa, publicada na revista "Science", afirma que a causa de extinção em massa há 200 milhões de anos pode ter sido o lançamento na atmosfera de pelo menos 12 mil gigatoneladas de metano proveniente do leito oceânico. A catástrofe que se abateu sobre a Terra, no final do período Triássico, é muitas vezes atribuída à atividade vulcânica intensa, que teria exterminado a metade da vida marinha terrestre.
Mas o pesquisador Micha Ruhl, da Universidade de Copenhagen (Dinamarca) e principal autor do estudo, diz que a atividade vulcânica ocorreu por mais de 600 mil anos no final do Triássico, enquanto a extinção durou um período mais curto, entre 10 mil a 20 mil anos.
Ruhl e colegas estudaram isótopos de carbono de sedimentos do período e descobriram que a extinção em massa coincidiu com a grande liberação de metano para a atmosfera, e os vulcões tiveram participação nesse processo.
"Houve uma liberação de CO2 de erupções vulcânicas que aumentou a temperatura do globo e também dos oceanos", conta. "O metano é estável apenas sob certas temperaturas. Se ocorrer um aquecimento, ele é liberado."
O estudo pode ser o prenúncio dos efeitos da mudança climática na Terra, argumenta Ruhl, que diz que o aumento do dióxido de carbono na atmosfera proveniente do uso de combustíveis fósseis pode aquecer o planeta o bastante para liberar metano do leito dos oceanos.
"O metano é um gás de efeito estufa bem mais forte do que o CO2, por isso há a possibilidade dessa liberação resultar em um aumento grande da temperatura e mudança climática", diz.

Astrônomos descobrem moléculas de oxigênio no espaço profundo

Astrônomos confirmaram, pela primeira vez, a existência de moléculas de oxigênio no espaço profundo. Elas se encontram na área da nebulosa Órion, a aproximadamente 1.500 anos-luz da Terra.
Átomos individuais de oxigênio são comuns no espaço, principalmente em torno de conglomerados de estrelas.
O ineditismo da descoberta atual, de autoria do Observatório Espacial Herschel, é ter detectado moléculas de oxigênio que são praticamente 20% semelhantes às existentes na Terra.
Os cientistas estimam que o oxigênio estaria dentro de gelo e, ao ser aquecido pelas estrelas, liberou água que se converteu, depois, em moléculas de oxigênio.
"O Universo ainda guarda muitas surpresas", comentou o cientista Paul Goldsmith, do Jet (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na sigla em inglês), que publicou os resultados do estudo na revista especializada "Astrophysical Journal".
"O gás de oxigênio foi descoberto por volta de 1770, mas levamos mais de 230 anos para finalmente afirmar, com certeza, que essa simples molécula existe no espaço", disse Goldsmith.
Com o achado, os pesquisadores vão dar seguimento à procura de moléculas de oxigênio em outras regiões de formação de estrelas como é a Órion.
Telescópio espacial Herschel descobriu moléculas de oxigênio em uma nuvem de gás e poeira de nebulosa
Telescópio espacial Herschel descobriu moléculas de oxigênio em uma nuvem de gás e poeira de nebulosa